Tendo quase metade de toda sua população mundial dizimada ao longo dos últimos 30 anos, a girafa, naturalmente, se tornou mais um animal a sofrer com a ameaça de extinção, sendo catalogada como espécie “vulnerável” na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Humanos (IUCN).
De acordo com o debate que aconteceu em dezembro de 2016, em Cancun, na Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP13), o número de exemplares de girafas sofreu uma redução assustadora de 1985 para cá. Segundo estimativa, na época a população era composta por cerca de 151.702 girafas, chegando em 2015 com apenas 97.562 animais da espécie.
Para os especialistas, várias são as causas da queda brusca no número de girafas no planeta. Dentre os vários fatores estão a perda territorial de seus habitats e os problemas enfrentados com a caça ilegal – que é um dos crimes ambientais mais praticados e rentáveis em todo o mundo.
Fora o crime de caça, a intervenção humana também tem influenciado de maneira incisiva na reprodução da espécie, no que diz respeito à expansão de suas atividades rurais e de minério. Com o passar dos anos, as girafas acabaram se distanciando do convívio com outras espécies e de áreas habitadas por povos, fator que culminou na falta de recursos naturais para esses animais e, como consequência, a morte.
Hoje, o animal está adaptado à vida na África meridional e oriental, com pequenas populações vivendo de maneira isolada nas partes ocidental e central. Mas enfrenta também a dificuldade em se reproduzir pela falta de aproximação das quatro espécies de girafa (girafa do sul, masai, reticulada e do norte).
Vale destacar ainda que, na nova Lista Vermelha da IUCN, quase 25 mil das 85.604 espécies catalogadas estão ameaçadas de extinção. As aves são quem mais preocupam os pesquisadores, tendo 11% de suas 11.121 espécies entre os animais que estão no estado de alerta.
“Esta atualização da Lista Vermelha da IUCN mostra que a escala da crise de extinção global pode ser maior do que pensávamos. Os governos reunidos na Cúpula da Organização das Nações Unidas sobre a Biodiversidade em Cancun têm a responsabilidade de intensificar seus esforços para proteger a biodiversidade do nosso planeta – não apenas por sua própria causa, mas por imperativos humanos como segurança alimentar e desenvolvimento sustentável”, indagou o diretor-geral da IUCN, Inger Andersen, na COP13.