Reprodução / Facebook Atualmente 29 elefantes residem no local.

Um dos principais sinais de que a preocupação das pessoas com o meio ambiente tem mudado nos últimos anos é em relação ao cuidado com os animais. Se em tempos distantes algumas espécies selvagens eram ignoradas e não recebiam a atenção necessária, hoje em dia podemos afirmar que diversos trabalhos são realizados em todo o mundo para cuidar de espécies em risco de extinção, no atendimento a animais feridos e em tantas outras áreas.

Neste campo, existe o Centro de Conservação de Elefantes em uma área de 81 hectares localizada na região de Orlando e Sarasota, na Flórida, EUA. “Você pode andar em torno de qualquer coisa e não ouvirá nada. Os elefantes caminham silenciosamente através pelos campos. É um lugar bem tranquilo”, afirmou o responsável por abrir o centro em 1995, Kenneth Feld, ao site da CNN.

São 29 elefantes atualmente no centro e mais 13 serão enviados para lá em 2018. O motivo? A empresa de entretenimento Ringling Bros & Barnum & Bailey decidiu não utilizar mais elefantes em seu circo, e, portanto irá enviar os animais para o asilo de elefantes na Flórida. “Esta foi uma decisão que nossa família vem discutindo há algum tempo”, disse Feld, o presidente e CEO da Feld Entertainment (empresa que detém Ringling Bros. e Barnum & Bailey).

Esta decisão, inclusive, ganhou força graças à pressão de associações de proteção aos animais que há anos criticam as atividades circenses que utilizam animais em suas apresentações. Mais de 100 cidades norte-americanas já possuem leis que limitam o uso de animais em circos.
“Você não pode operar um negócio, muito menos animal, se não há coerência entre as cidades. Exige muita despesa lutar contra a legislação, além disso, há um ditado que diz: ‘Você não pode lutar contra o poder da cidade ‘. E percebemos que é o caso nesta situação”, complementou Feld, que tem o circo na família desde 1967.

Local perfeito para descanso e reprodução

“Abri o centro há mais de 20 anos como se fosse um retiro para os elefantes”, disse Feld. Hoje o centro conta com animais de todas as idades e também permite a reprodução da espécie. “Temos muitos elefantes diferentes, feminino, masculino, jovens, velhos, por isso é um ótimo lugar para estudar seu comportamento. Além da reprodução natural, também abrigamos vários tanques que preservam o esperma dos elefantes. É um banco de genes para os elefantes asiáticos”, complementou Wendy Kiso, cientista que trabalha especificamente nesta área do centro.

Cuidados especiais: alongamento e pedicure

Além da proteção em si, os elefantes que ficam no abrigo também contam com um atendimento especial que envolve exercícios de alongamento e pedicure. “A primeira coisa que fazemos na parte da manhã é dar água e alimentá-los com feno”, disse Trudy Williams que realiza os cuidados diários com seu marido Tim. “Fazemos algumas repetições com cada perna, só para lhe dar um bom trecho. Trabalhamos também com os pés. Todos os nossos elefantes recebem serviços de pedicure, pelo menos uma vez por mês, para se certificar de que seus pés estão em boas condições”, complementou Williams.

Outro ponto interessante é que cada animal consome cerca de 70 kg de comida por dia, sendo que 20 toneladas de feno duram somente 10 dias no centro. Estes gastos, assim como a soma de todos os outros serviços realizados no local, levam o custo de 65 mil dólares por ano com cada animal. Mesmo com os custos, Feld afirma que não se arrepende e que sobrevive da renda familiar e de doações. “Eu sempre digo que é como Jurassic Park, mas com um final feliz”, complementou Feld.