O cavalo nordestino é uma raça que se formou no Brasil a partir da introdução de cavalos das raças Berbere ou Barbo, do norte da África, e das Someia e Garrano, da península ibérica (Portugal e Espanha), no começo da colonização brasileira nos anos de 1530.
Presentes há mais de 400 anos no sertão nordestino, foram importantes para a disseminação de bovinos e outro equinos por todo o interior do nordeste, principalmente nas áreas próximas ao Rio São Francisco, sendo utilizados pelos colonizadores para adentrar o sertão.
O animal se tornou característico por se adaptar as condições climáticas, a escassez de água, alimentos e aos terrenos quentes e pedregosos. É a única raça no mundo que possui muitas características da raça berbere que era utilizada como cavalos de batalha por turcos e muçulmanos.
Uma característica forte é a ausência de ferraduras, fazendo com que também seja conhecido como “pé duro”. Esses animais conseguem trabalhar com excelência e sem a necessidade de ferraduras ou qualquer outra proteção na caatinga brasileira, onde nenhum outro equino se sobressai, podendo percorrer 70 km por dia.
A maioria dos exemplares da raça tem o andamento marchador que é muito confortável para o cavaleiro, possui aprumos fortes e músculos bem definidos. São animais de médio porte, com aproximadamente 1,30 metros de garupa e de 1,45 a 1,55 metros de cernelha.
Com o passar do tempo, a inclusão de outras raças e muitos cruzamentos entre elas, o cavalo nordestino começou a entrar em extinção. A luta pela valorização e resgate dessa raça vem acontecendo nos últimos 10 anos. Embora seja muito difícil de contabilizar, a raça vem sendo contada através de registros genealógicos.
A Associação Equestre e de Preservação do Cavalo Nordestino (AEPCN) registrou apenas 16 exemplares no último ano que atendem os padrões genealógicos da raça na região do Cariri, no Ceará. De acordo com a pesquisadora, Patricy de Andrade Salles, a permanência da existência da raça depende da ação dos criadores.