O tigre é uma das espécies mais ameaçadas do mundo e se encontra em perigo de extinção global. É o maior felino do planeta e um animal nacional da Índia e Bangladesh. Das nove subespécies que existiam há um século, restaram apenas seis: a de bengala (Panthera tigres tigris, da Indochina) a Panthera tigres corbetti, o malaio (Panthera tigres jacksoni), o siberiano (Panthera tigres altaica), o de Sumatra (Panthera tigres sumatrae) e o do sul da China (Panthera tigres amoyensis).
De acordo com o World Wildlife Fund – WWF, existem somente cerca de 4000 tigres em liberdade quando há um século existiam cem mil. Os exemplares em liberdade estão espalhados por 12 países da Ásia. Das seis subespécies, duas (o de sumatra e o siberiano), encontram-se em perigo crítico de extinção e as demais são consideradas em perigo de extinção, de acordo com a classificação adotada pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção – CITES.
As principais ameaças que o tigre enfrenta são o desmatamento e a caça ilegal. Uma das principais causas de seu declínio é motivada pela procura de sua pele, que é muito cobiçada no mercado internacional, e certas partes de seu corpo que são utilizadas na medicina tradicional na China e no Vietnã. O aumento do nível do mar motivado pelo aquecimento global ameaça o habitat de manguezais da população de tigres da Índia e Bangladesh, reduzindo drasticamente o espaço onde vivem estes animais.
No entanto, segundo artigo publicado em junho no The Guardian, há pelo menos, 7 mil tigres vivendo em cativeiro nos Estados Unidos, a maioria como animal de estimação exótico. Desses, somente 6% estão alojados em jardins zoológicos ou instalações aprovadas pela Associação Americana de Zoológicos e Aquários. O restante vive em instalações privadas de reprodução, quintais, e até mesmo em apartamentos urbanos. Segundo Philip Hoare, que assina o artigo, “é mais fácil comprar um tigre do que adotar um cão de resgate”.
Nos Estados Unidos, em muitos estados, não há leis que impeçam as pessoas de possuírem animais exóticos, e naqueles que as possuem, em geral, não são aplicadas. Vários criadores de tigres operam livremente no país.
Normalmente, os proprietários de tigres adquirem os animais filhotes quando o comportamento deles mais se aproxima ao de um gato doméstico. Nessa fase, os criadores de animais exóticos têm a ilusão de que podem cuidar de um tigre ao longo de toda a sua vida – o que é um grave engano.
Os grandes felinos têm necessidades de nutrição e de um amplo espaço para caminhar, além de oportunidades para aprender a caçar o que os proprietários privados não podem oferecer. Esses tigres domésticos acabam ficando com deficiências físicas, não se comparando com seus semelhantes na natureza.
O número de tigres de posse de proprietários privados deve ser muito maior que os estimados 7 mil, isto porque somente 14 estados fazem com que os que possuem tigres registrem seus animais de estimação. Porém, muitos proprietários ignoram a exigência.
Não parece haver um fim próximo para essa prática insana de criação de grandes felinos nos Estados Unidos. Em março de 2017, foi apresentado um Projeto de Lei na Câmara dos Representantes, proibindo a posse privada de grandes felinos, mas não obteve a atenção dos parlamentares e não entrou em pauta para votação.
A manutenção de grandes animais carismáticos como bichinhos de estimação é atitude irresponsável e de ser coibida.
Os tigres mantêm seu instinto selvagem e dezenas de pessoas perderam a vida, membros ou sofreram lesões traumáticas causadas por ataques de tigres. O lugar dos tigres é na natureza, em áreas protegidas e preservados para serem admirados pelas futuras gerações.