iStock.com / Tatyana Aleksieva-Sabeva Biomassa é uma massa que serve de base para a produção de energia.

A preocupação em encontrar combustíveis cada vez menos poluentes faz da biomassa uma alternativa para gerar energia sem prejudicar o planeta. Considerada um recurso natural renovável, a biomassa é uma matéria biológica que serve como base para a produção de energia a partir da decomposição de resíduos orgânicos. Como exemplo temos madeira, cana de açúcar, restos de alimentos, casca de arroz, casca de coco e eucalipto.

Os benefícios de se usar a biomassa são diversos. Além de ser renovável, gera baixas quantidades de poluentes, favorece o reaproveitamento de recursos, seu transporte é fácil e possui baixo custo de operação. Essa alternativa também é muito importante para o clico natural, pois faz uso de recursos muitas vezes inesgotáveis e que quase não alteram a temperatura do planeta.

De acordo com dados do relatório Who is Winning the Clean Energy Race (“Quem está Ganhando a Corrida da Energia Limpa”, em tradução livre) do Pew Environment Group, de 2011, o Brasil foi, pela primeira vez, líder mundial em capacidade instalada para gerar energia por meio de biomassa. Em 2010, a capacidade do país nesse setor cresceu 1.9 GW (gigawatts), totalizando 8.7 GW.

É importante lembrar que a biomassa também pode ser utilizada como fonte de alimento. Um tipo bem conhecido é a biomassa de banana verde. A banana depois de cozida e batida no multiprocessador vira uma massa biológica que pode ser utilizada em diversas receitas.

Tipos de biomassa usadas na geração de energia

iStock.com / clara_cs Palha de arroz

Casca de Arroz

Durante muitos anos os produtores de arroz não sabiam o que fazer com as palhas e cascas de arroz, e acabam queimando o material, causando fortes impactos no meio ambiente. Nos últimos anos, essa palha tem sido usada para gerar energia em usinas no sul do país. O resíduo é transformado em partículas de 1mm e adicionado ao carvão.

Devido à sua rápida combustão e ao grande poder calorífico, a casca de arroz também se tornou uma ótima opção de combustível para as cerâmicas. Pelo fato de arroz de produzido em várias partes do Brasil, a disponibilidade desse material para geração de biomassa é bastante alta. Entretanto, esse tipo de biomassa gera muitas cinzas e, por apresentar baixa densidade, seu transporte pode ser caro.

Casca de Coco Verde

iStock.com / spring26 Casca de coco verde

De acordo com tese de mestrado de Mayara Raysa Lima Esteves, da Universidade Federal de Alagoas, feito em 2014, o Brasil possui mais de 273 mil hectares cultivados com coqueiros. As cascas, comumente jogadas no lixo, podem passar por trituradores e se transformar em bríquetes para substituir a lenha no processo de combustão.

No Nordeste são encontrados os maiores produtores da fruta e a casca do coco possuem muitas vantagens, entre elas o alto poder calorífico na geração de energia. Além disso, o pó da casca de coco pode se tornar substrato agrícola e a fibra pode virar vasos e estofados para carros.

iStock.com / AlbertoChagas Eucalipto

Eucalipto

De acordo com informações do Centro de Produções Técnicas, o eucalipto chega a produzir 25 toneladas de biomassa por hectare em um ano. A plantação é bastante utilizada por indústrias de cosméticos e farmacêuticos. Além de sua extração de mel, o eucalipto é um dos principais recursos utilizados pelo setor carvoeiro.

O eucalipto oferece inúmeras vantagens, entre elas a cogeração de energia elétrica, uma vez que é um produto energético renovável. Além disso, em termos de açúcar fermentáveis, sua composição é mais favorável para a produção de energia do que a do bagaço de cana de açúcar. Outro benefício é que essa espécie de planta brota outras duas vezes depois de cortado, compondo um o eucalipto, mesmo depois de cortado, ainda brota por mais duas vezes, em um ciclo que dura 15 anos.

A biomassa de eucalipto será usada para mover uma usina em Pimenta Bueno, em Rondônia, abastecendo aproximadamente 40 mil pessoas com energia elétrica. A empresa Suzano Papel e Celulose também aposta no eucalipto para gerar energia, deixando de lado o petróleo e o carvão mineral.

iStock.com / stocksnapper Pellets

Pellets de madeira

Pertencente à classe da biomassa, os pellets correspondem a um combustível sólido de granulado de resíduos de madeira prensada, proveniente de desperdício do material. Esse tipo de combustível é bastante utilizado em fornos de padaria e cerâmica, aquecimento de estufas, oficinas de pintura de carros, entre outros.

Não é necessário cortar árvores para produzir os pellets, pois esses são considerados desperdícios da própria natureza. Esses restos de madeira são transformados em pequenos cilindros que medem de 6 a 8mm de diâmetro e 10 a 40mm de comprimento. Durante a transformação, a umidade é toda retirada, o que favorece a queima do material. Sua energia calorífica é de quase 5 MWh por tonelada e é considerado um combustível eficiente e bastante limpo.

iStock.com / likstudio Ouriço de castanha

Ouriço da Sapucaia (Ouriço da Castanha)

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (IMPA), demostrou que o ouriço da castanha pode ser utilizado na geração de energia, tanto na forma de in natura quanto na de subproduto. A biomassa de ouriço tem potencial para ser aproveitado como lenha nas usinas térmicas, caldeiras, olarias e nas indústrias siderúrgicas na fabricação de aço verde.

A grande vantagem para utilização deste produto é a sua elevada densidade energética, pois quanto maior sua densidade, maior será a energia armazenada. Outro benefício é o fato de o produto ser ecologicamente correto, uma vez que não há necessidade de plantar e depois cortar, como acontece com outras espécies.