© Depositphotos.com / belchonock Bebida produzida tendo como base na pecuária orgânica divide opiniões.

A ideia de desenvolver o leite orgânico chegou ao mercado com a proposta de criar um sistema que tornasse o processo de produção da bebida mais responsável com os três principais pilares da sustentabilidade (econômico, social e ambiental).

No entanto, o produto, que dispensa o uso de resíduos químicos em sua composição (substituindo-os por insumos orgânicos, biológicos e ecológicos), é também foco de grandes discussões, levando pessoas a defenderem ou atacarem sua produção com base em diversos fatores.

Ainda desconhecida de grande parte dos consumidores de leite, a versão orgânica de uma das bebidas mais consumidas é produzida através da pecuária orgânica, na qual se criam os animais sem a utilização de vermífugos, antibióticos, hormônios, entre outros aditivos comuns aos meios convencionais.

Além disso, sua produção e comercialização passam por importantes etapas de certificação, que garantem não só a legitimidade da atividade e qualidade do processo, como também se responsabilizam pela garantia de condições adequadas de trabalho para os produtores.

Bebida está na mira dos consumidores que consomem alimentos mais saudáveis

Para ser ter uma ideia dos avanços, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o mercado orgânico cresce em média 25% a cada ano no país, tendo o leite como uma das frentes com maior demanda (mesmo que sua disponibilidade não consiga atender a todos os pedidos). Já os números globais apontam que este modelo de agricultura está crescendo 30% anualmente.

Em dados gerais, o faturamento bruto em cima de produtos orgânicos certificados atingiu os 80 bilhões de dólares em 2015, sendo o Brasil responsável por 2,5 bilhões de reais desse montante. Os investimentos em terras são ainda mais positivos: atualmente cerca de 42 milhões de hectares estão sendo utilizados no planeta para agricultura orgânica. O país é considerado a quinta maior potência mundial.

Os dois lados do leite orgânico

Por outro lado, é preciso considerar e analisar o sistema orgânico sob um panorama geral, observando aspectos não tão vantajosos do método. Entre os principais questionamentos que cercam o leite orgânico, o fator do desmatamento se destaca como um ponto importante para a discussão.

Isto porque, para cultivação de espaços e animais que originam produtos orgânicos, é necessário que essas áreas passem por uma série de adaptações, fazendo com que o meio ambiente seja modificado para a prática da atividade. As consequências climáticas da operação são também expressivas, diminuindo a “empolgação” com os benefícios gerados pelo leite.

Por fim, vale a pena refletir sobre os processos do novo sistema, entendendo que sua utilização é importante e vantajosa em diversos pontos para o futuro sustentável do planeta, mas que também se faz necessário criar mecanismos que tornem a prática de produção menos agressiva para outras vertentes do meio ambiente.