iStockphoto.com / curraheeshutter Ambientalistas comemoram a decisão, pois temiam os danos ao meio ambiente.

A companhia anglo-holandesa Royal Dutch Shell, gigante no mercado petrolífero, anunciou no fim de setembro a desistência na exploração de petróleo no mar do Ártico. O abandono acontece após a empresa não conseguir obter volumes suficientes da commodity na região.

Além das análises no local, a decisão de abandonar o projeto se baseou nos altos custos e na imprevisibilidade das regulamentações ambientais federais na costa do Alasca.

O movimento tem sido comemorado bastante pelos ambientalistas, que temiam pela devastação da região. Esse era um dos projetos de petróleo mais polêmicos do mundo, já que o Ártico vem sofrendo perdas irreparáveis em seu ecossistema com o derretimento das geleiras, que causa o desaparecimento das espécies e mudanças geográficas.

Para os ambientalistas, a região precisa se tornar uma área de proteção permanente, sem a presença da indústria petrolífera e livre da pesca predatória. Alguns, inclusive, defendem o uso de energias renováveis e a criação de um “santuário” para proteger águas internacionais que circundam o Pólo Norte para minimizar os impactos.

Os acionistas da Shell também se mantinham contra o projeto, já que além de caro e arriscado, pode ter gerado desgaste à sua reputação. Eles ainda se preocupavam com o preço do petróleo, que caiu mais da metade em um ano e levou as empresas a reduzirem seus investimentos.

O anúncio aconteceu apenas seis semanas após o governo americano ter concedido permissão para que a empresa iniciasse o projeto de exploração na região. Esse é o segundo problema de grandes proporções sofrido pela empresa no Ártico. Em 2012, a Shell precisou interromper a exploração por três anos depois de ter perdido o controle sobre uma plataforma de perfuração.

Ambientalistas do Greenpeace temiam vazamentos

Além dos fatores já citados acima, os ambientalistas temiam que um possível vazamento de petróleo na região pudesse causar danos maiores ao meio ambiente. No período em que a exploração estava ativa, alguns membros da organização ambientalista Greenpeace chegaram a invadir uma das plataformas da Shell que se dirigia ao Ártico.