S/A de Água e Esgoto do Crato – SAAEC Bomba feita pelos estudantes levam sementes de árvores e nutrientes para a terra.

A permacultura é cada vez mais utilizada em processos de reflorestamento. Diversos projetos ambientais, inclusive, apoiam-se na técnica para estimular a prática de novas atividades sustentáveis por parte das pessoas. Uma das últimas iniciativas está ligada à Chapada do Araripe, que está sendo recuperada com a ajuda de bombas de sementes.

De acordo com a Sociedade Anônima de Água e Esgoto do Crato (Saeec), que está à frente de todo o projeto, as chamadas “bombas do bem” têm contribuído grandemente para o reflorestamento da cidade de Crato, na região do Cariri, no sul do Ceará, que foi devastada por incêndios ocorridos no ano passado.

Basicamente, a ideia de usar bombas de sementes foi criada para envolver escolas e comunidades da cidade, com o objetivo de “formar formadores”, como explica a consultora do Núcleo de Educação Hidroambiental do órgão, Ana Cristina Diogo, que cuida da veia educacional do projeto, em entrevista à Agência Brasil.

Colhendo os frutos

Para se ter uma ideia do sucesso, no Dia Mundial da Água, 24 de março, 10.000 bombas de sementes feitas pelos estudantes foram lançadas de um helicóptero sobre as áreas destruídas da Chapada, próxima à nascente da Caiana.

Através da ação, o Soldadinho-do-Araripe, uma ave que está sofrendo grande risco de extinção, teve seu habitat natural alcançado por novas essências florestais nativas. “Essa área tem uma importância muito grande. Se não tivermos pressa, vamos perder o Soldadinho-do-Araripe em 15 anos”, indagou a Ana Cristina.

A especialista explica que a receita da pequena bomba leva, além de sementes de árvores, importantes nutrientes para a terra, com o objetivo de recuperar e preservar a vegetação local. Ana Cristina pontua: “A gente planta uma árvore para colher água, porque é a árvore que garante a permanência da água subterrânea.”

A Saeec confirma que, no fim deste mês, enviará especialistas para analisar os primeiros resultados das 10 mil primeiras bombas lançadas em março. A perspectiva é de que pelo menos um milhão de bombas de sementes sejam produzidas e lançadas até o fim do ano.

A iniciativa desenvolveu também uma revista em quadrinhos que trata da origem da água do Cariri e da importância da preservação das nascentes e do uso consciente de água.