Araucaria
Foto: ra-bugio

A região sul do Brasil é o cenário de um dos mais terríveis processos de desmatamento do país. Estamos falando a Floresta de araucária, que já cobriu grandes áreas no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, além de territórios menores na região da Mantiqueira (entre São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais). O número é chocante: atualmente, 98% da área original da floresta de araucárias estão destruídas.

Uma das causas para este verdadeiro desastre ambiental provem de razões comerciais. A madeira extraída da araucária é altamente valorizada no mercado e o estado do Paraná é, atualmente, o maior exportador do país.

A biodiversidade dos ecossistemas locais perde e muito com o descaso que está extinguindo a floresta de araucária. Embora existam mais de 41 espécies da Família Araucariaceae espalhadas por todo o Hemisfério Sul, o Brasil conta apenas com a incidência de uma espécie, não por acaso, popularmente chamada de Pinheiro-brasileiro. Com tronco imponente fino e uma pequena copa vultada para o alto, as araucárias fazem parte da identidade do sul do país.

Para que tenhamos uma noção de dimensão, lembremos que aproximadamente 40% do território hoje ocupado pelo estado do Paraná já era coberto pela floresta de araucárias, além de 25% do Rio Grande do Sul e 30% de Santa Catarina.

Ainda segundo especialistas, trata-se de uma das espécies de vegetação mais antigas do mundo e acredita-se que tenha consolidado sua presença no sul do Brasil há aproximadamente 2.200 anos. Uma árvore de araucária resiste em média 700 anos, mas pode ultrapassar facilmente os mil anos de vida.

Floresta de Araucaria
Foto: ibama

Tanta exuberância, força e importância para a existência e manutenção de um vasto ecossistema não impediram a sua extração, principalmente a partir das primeiras décadas do século XX. Com o passar dos anos e a valorização da araucária como matéria prima, a destruição gradual ganhou força, além da ideia de que os territórios, inicialmente tomados pela floresta, precisavam ser limpos e ocupados pelo progresso.

Como resultado, um dos mais belos e importantes ecossistemas brasileiros está agonizando. E, juntamente com a destruição da floresta de araucárias, também são atingidas diretamente milhares de espécies de plantas e animais que se juntavam às belas árvores para formar um ecossistema rico, belo e cheio de variedade.