Imagem: Jake Bryant/Nature Pesquisadores mediram liberação de dióxido de carbono de raízes de árvores.

De acordo com cientistas da Universidade de Oxford, na Inglaterra, o ritmo em que as árvores da Amazônia consomem carbono por meio da fotossíntese pode diminuir em épocas de seca.

“Florestas tropicais são conhecidas popularmente como os ‘pulmões’ do planeta. Aqui, mostramos pela primeira vez que durante secas severas a taxa de ‘inalação’ do carbono pela fotossíntese pode diminuir”, revela o pesquisador Christopher Doughty, um dos autores da pesquisa publicada na revista Nature.

Segundo a equipe internacional de pesquisadores, essa queda no consumo de carbono não diminui as taxas de crescimento, mas significam um aumento nas mortes das árvores nos anos seguintes à seca.

Com a morte das árvores, elas se decompõem, aumentando ainda mais as concentrações de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, o que pode acelerar as mudanças climáticas durante as secas tropicais, segundo Doughty.

Durante três anos, os pesquisadores mediram as taxas de crescimento das árvores, a quantidade de folhas caídas e a liberação de dióxido de carbono pelas árvores de 13 microrregiões na floresta amazônica no Brasil, Peru e Bolívia. Uma grande seca ocorreu bem no meio do estudo, em 2010.

A partir desse fato, verificou-se que enquanto a taxa de fotossíntese permaneceu constante nas áreas que não haviam sido afetadas pela seca, essa mesma taxa caiu nos lugares mais afetados pelo fenômeno.

Este estudo foi a primeira análise detalhada em grande escala do ciclo completo do carbono.

A rede Monitoramento de Ecossistemas Globais (GEM, em inglês), coordenada pela Universidade de Oxford, deve continuar a acompanhar as florestas nas Américas, Ásia e África para verificar como elas são afetadas pelas mudanças climáticas.