Facebook/ Rio 2016/Alex Ferro Organizadores levaram o tema sustentabilidade para dentro dos jogos.

Até aquele 04 de agosto, um dia antes da abertura oficial da Olimpíada 2016, o Brasil e o mundo todo mantinham cautela sobre a realização do maior evento esportivo do planeta no Rio. Episódios como o não cumprimento das metas ambientais e as complicações com a delegação australiana, mostravam a preocupação que todos tínhamos em relação à cidade receber a competição e toda sua tropa de atletas de elite.

A tensão que pairava sobre a capital carioca era imensa e estava carregada de desconfiança, que já vinha desde a Copa do Mundo de 2014, quando alguns dos estádios construídos acabaram, de certa forma, esquecidos após a celebração do futebol. Isto sem falar nos habitantes de bairros vizinhos, que sofreram com a gentrificação do local.

Mas quando o dia 05 chegou, por volta das 23h30, após um espetáculo que encantou a especialistas brasileiros e toda crítica mundial, os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro estavam oficialmente abertos. Uma festa tão maravilhosa – na cidade maravilhosa – que nem mesmo os torcedores mais otimistas poderiam antever.

Desde a cerimônia de abertura, quando atletas de todas as delegações, em um gesto simbólico, plantaram uma pequena semente e a pira olímpica apresentou mudanças significativas em sua forma de funcionamento, o Rio de Janeiro transmitiu a importância de ações no campo social e sustentável. Mensagem que ficou clara ao longo desta edição dos jogos para o planeta.

Ações mostraram que a relação do homem com a natureza pode ser saudável

Entre as atividades realizadas durante o período, a Feira dos Povos do Brasil, que reuniu alimentos e artesanatos produzidos de maneira sustentável, e que contou com o apoio de diversas associações e cooperativas, gerou grande repercussão. “Valorizar a biodiversidade e os povos e comunidades tradicionais que a usam é a melhor maneira de conservá-la para esta e para as próximas gerações”, destacou Juliana Simões, secretária interina de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, em release oficial.

Leia também: Sobras de alimentos do restaurante da Vila Olímpica vão alimentar moradores de rua

Dentro das competições, os atletas que não conquistaram um lugar no pódio receberam diplomas com selo ambiental, uma forma de premiá-los pelo desempenho.

Mudanças e promessas de melhorias

Outras iniciativas do COI (Comitê Olímpico Internacional) e de algumas entidades nacionais também mereceram destaque durante os jogos. Além da melhora nos transportes urbanos, integração da zona oeste e revitalização do porto da cidade, as instalações esportivas são as que mais têm a oferecer aos cariocas uma oportunidade real para o futuro na formação de novos atletas. Há planos de transformar a Arena do Futuro em quatro escolas e de o Parque Olímpico abrigar apartamentos e espaços comerciais. Outra parte pode se transformar em centros esportivos e espaço para shows.

Mesmo que ainda sem garantia, o processo de despoluição da Lagoa Rodrigo de Freitas, da Baía de Guanabara e da Jacarepaguá continuam, apoiado em projetos que visam à melhora na qualidade dos recursos ambientais disponíveis para a população.

Para os próximos anos, o Rio de Janeiro, do ponto de vista geral, promete dar prosseguimento ao plantio de 34 milhões de árvores para compensação dos gases de efeito estufa ligado à realização dos jogos, além de criar novas ideias para a preservação do meio ambiente e desenvolvimento social. Restam agora as lembranças deixadas pela grande festa, conferir as Paralimpíadas e aguardar pelo cumprimento das ações em prol do legado olímpico.