Facebook / COP22 Evento foi marcado por expectativas a respeito dos efeitos que o Acordo de Paris pode trazer.

Nessas últimas duas semanas, quase 200 países se reuniram em Marrakech, no Marrocos, para discutir os termos de aplicação do Acordo de Paris na COP22 (Conferência de Partes).

Como era de se esperar, o evento foi marcado não somente pelas sinalizações positivas de ambas as partes signatárias do acordo, posto em prática no início deste mês, mas contou também com grande enfoque nas possíveis mudanças que podem ocorrer em função do novo presidente norte-americano, Donald Trump.

Como já vinha acontecendo nos meses antecedentes à conferência, as negociações da COP22 tiveram embasamento na definição de termos que pudessem representar melhor a posição de países mais pobres e estados insulares. Caso da garantia dos 100 bilhões de dólares anuais prometidos para nações em desenvolvimento, para cumprimento da meta de redução dos avanços de aquecimento global bem abaixo dos 2°C.

Dentre as decisões acertadas em Marrakech houve um consenso de que, além do apoio financeiro, os países de economia mais forte ajudarão com a transferência de tecnologia e conhecimento.

Destino do Acordo de Paris com a eleição de Trump

Um dos pontos mais reforçados pelas autoridades presentes na conferência foi a reafirmação de que todos os países mantivessem a mesma determinação para praticar o Acordo de Paris, mesmo que Trump já tenha declarado publicamente não concordar com os termos firmados.

Entretanto, John Kerry, secretário de Estado norte-americano e representante do país na ocasião, tranquilizou os outros participantes, afirmando que o novo presidente prometeu não reverter os compromissos climáticos assumidos por Barack Obama. Com isso, a ideia é de que apenas novos ajustes aconteçam nos próximos meses, sem alterar a essência das propostas estabelecidas entre as partes.

Participação do Brasil

De acordo com os senadores que representaram o país no Marrocos, o balanço das negociações foi positivo. Entre as iniciativas de destaque do Brasil na COP22 estão o projeto da criação da plataforma do Biofuturo, para redução das emissões de carbono nos meios de transporte, e a fixação do preço de carbono no mercado.

Além dessas, as mudanças na Lei Nacional de Mudanças Climáticas também foram debatidas e, se confirmadas, podem representar avanços expressivos para o país na questão. Vale também destacar o debate de temas como o controle de emissão de poluentes, investimento no uso de biocombustíveis e energia limpa.

COP23

Mesmo que ainda seja cedo, a COP23 entrou em fase inicial de discussão, já que novas avaliações poderão apresentar as primeiras impressões do Acordo de Paris na prática. Além disso, importante destacar que os Estados Unidos possivelmente sejam mais agressivos nas negociações, o que pode provocar alterações consideráveis.

A princípio, as Ilhas Fiji anunciaram que seriam os organizadores da próxima conferência, que acontece no final de 2017. Por razões logísticas, porém, a ideia é de que a cúpula se reúna em Bona, na Alemanha, onde a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) é sediada.