Stockphoto.com / Joa_Souza Biogás extraído do processo pode cozinhar alimentos.

Após uma parceria realizada entre Embrapa Agroenergia e Agência Brasileira de Inovação (Finep), firmada com o objetivo de desenvolver novas tecnologias para transformação do POME (tradução para efluente da extração do óleo da palma) em produtos de maior valor agregado, pesquisadores identificaram o potencial no processamento de cachos de dendê como fonte de produção para biogás.

Segundo a equipe de pesquisadores químicos do Dendepalm, nome dado ao projeto, uma das principais características do óleo de dendê é a sua produtividade por hectare – que chega a ser até 10 vezes maior do que a soja – e composto por 95% de água e 5% de matéria orgânica. Ambos os aspectos fazem do dendê uma fonte de matéria-prima com enorme potencial para produção de energia.

A solução é obtida por meio de um processo fermentativo, similar à produção de etanol, subdividida em várias etapas nas quais consórcios de diferentes microrganismos atuam fortemente em cada uma delas. Em outras palavras, o biogás é extraído após uma série de processos realizados no POME, nos quais aproveita-se a “sobra” de sais minerais e da água (na solução) para outras atividades. Entre elas, a produção de biofertilizantes e água de reuso.

De acordo com a pesquisadora Silvia Belém, da Embrapa Agroenergia, o biogás extraído do processo pode ser armazenado em botijões ou ser usado para cozimento de alimentos – assim como o gás de cozinha tradicional.

Os próximos passos após a descoberta é tornar a nova fonte um produto de mercado com valor competitivo, assim como o biodiesel, e comparar o biogás proveniente do dendê com outras fontes naturais. É o caso da vinhaça, frutas e verduras em geral.