Quando se fala em Educação Ambiental, logo associamos às atividades dos professores de ciências biológicas. Mas, Educação Ambiental (EA) não é uma responsabilidade só das escolas que normalmente trabalham este tema de forma transversal, pois segundo a lei brasileira, não é uma disciplina, mas um processo permanente. Pela atual legislação, há dois tipos de EA: a formal, aquela realizada pelas escolas e universidades, e a não-formal, que no artigo 13ª da lei 9795-99, é definida como “as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente”. Sendo assim, podem praticar EA os meios de comunicação, as ONGs e até as empresas. E, claro, o cidadão comum. Mas como?

A Educação Ambiental só será efetiva se todos os membros da sociedade participarem com as suas habilidades.

Bom, para saber como o indivíduo que não tem um diploma na área pode colaborar ou mesmo planejar e fazer ações de EA em seu entorno, é primeiro preciso entender o que é EA. Uma definição que esclarece bem a questão é a de Genebaldo Freire Filho, um estudioso que acredita que todo cidadão é um educador ambiental. Ele a conceitua “como uma prática educacional sintonizada com a vida na sociedade. Ela só pode ser efetiva se todos os membros da sociedade participarem com as suas habilidades, nas complexas e múltiplas tarefas de melhoria das relações das pessoas com seu meio ambiente.” Então, o cidadão comum tem condições de colaborar.

Todos nós temos algum conhecimento que pode ser útil. O importante é a integração de saberes. Pois, um dos aspectos da prática da Educação Ambiental é o respeito à cultura local. A EA não é um remédio milagroso, que deve ser tomado sem questionamentos, é uma mudança gradativa, que implica em mudanças de hábitos e de conceitos. O pesquisador Marcos Reigota enfatiza que “A educação ambiental como educação política  está empenhada  na formação do cidadão nacional, continental e planetário, baseando-se no diálogo de culturas e de conhecimento entre povos, gerações e gêneros.” Por isso, a participação do cidadão é fundamental, para evitar que ações sejam tomadas sem que se respeitem as características locais, o que pode aumentar os impactos ambientais ao invés de minimizá-los. Um exemplo disso são as intervenções que aconteceram nas regiões indígenas, onde o saber desses povos foi sendo deixado de lado e hoje tenta-se resgatar este conhecimento.

Portanto, além de professores especialistas na área (lembrando que EA não se resume às questões sobre o meio ambiente natural, mas também questões éticas e políticas, não é um privilégio dos professores de disciplinas biológicas), outros profissionais, claro que focando a sua experiência, podem ser educadores. O importante é que se preocupem com o meio ambiente, que entendam que o modelo de consumo atual tem de ser revisto, enfim que saibam da importância da preservação ambiental. Exemplos: um jardineiro pode explicar para moradores do bairro sobre a importância de plantar e semear na época correta; o coletor de lixo pode esclarecer como é feita a coleta, para onde vai o lixo da sua cidade, a importância do seu trabalho e por aí vai. Cada um aproveitando sua experiência.

Essa prática ocorre, como já mencionado anteriormente, em ONGs, meios de comunicação, empresas. Mas, fique atento: é preciso sempre se manter informado, não se limitar e compreender o que acontece no seu entorno. Pesquise, pois este é outro ponto importante para a Educação Ambiental: a Informação. Sem ela não há comunicação e todos sabem que sem comunicação não há ação. Não repita apenas aquilo que alguns “líderes” dizem ser o certo, você tem que saber o que está comunicando. A manipulação de informações é um entrave para o meio ambiente. O que às vezes pode parecer uma bela ação ambiental pode ser apenas uma estratégia de marketing para esconder atos contra o meio ambiente.

 Então, não perca tempo. Meta para 2015: colabore para a tão sonhada mudança de comportamento dos cidadãos para a conservação do planeta. Procure em sua cidade uma ONG, associação, ou mesmo o seu local de trabalho, e contribua para o surgimento de cidades realmente sustentáveis.