No último dia 13 de janeiro, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, ocorreu a cerimônia de entrega do Prêmio Trip Transformadores, o qual destaca os indivíduos que conduzem projetos sustentáveis e apoiam o desenvolvimento dessas práticas na sociedade. Organizado pela revista Trip, o evento teve a educação como tema principal e laureou dez iniciativas incluindo seis programas de preservação do meio ambiente. Conheça as ações premiadas:

Limpeza dos mares e das praias

Idealizado pela organização não governamental Guardiões da Mata Atlântica, o Projeto Reservalores atua na Reserva Ecológica Marapendi, Recreio dos Bandeirantes (Rio de Janeiro). O grupo, sob a responsabilidade de Eduardo Lima Filho, executa a coleta de lixo na areia e no entorno de quiosques da região, e produz e divulga materiais para alertar banhistas e surfistas sobre o dever de conservar a natureza e evitar o descarte incorreto de resíduos.

Reserva Ecológica Marapendi
Reserva Ecológica Marapendi. Foto: wikipedia

Pranchas de Surf ecológicas

Em sua maioria, as pranchas de surf são fabricadas a partir de blocos de poliuretano e resinas químicas, tendo sua base construída com derivados de petróleo. Ou seja, utilizando-se deste tipo de materiais, o esporte praticado no mar é agressivo ao meio ambiente. Contudo, o jovem Thomas Scott desenvolveu uma prancha feita de agave, uma madeira exótica nacional. No início, os equipamentos eram um pouco pesados e difíceis de manobrar, porém, agora, já conseguiu aprimorar a sua obra, deixando-a mais leve e com melhor performance.

Madeira e linhaça são usadas para selar o acabamento das pranchas feitas por Scott. O artesão ainda usa tinturas de açafrão da terra e urucum para substituir as resinas tóxicas empregadas nas pranchas tradicionais. Produzidas de maneira artesanal, as pranchas agradam esteticamente, no entanto, apesar de agradarem aos surfistas e à saúde dos oceanos, o idealizador aponta que falta investimento para que estes equipamentos verdes possam ser inseridos de vez no mercado.

Thomas Scott
Thomas Scott e sua primeira prancha feita de agave. Foto: facebook

Campanha de combate ao descarte incorreto de lixo

A iniciativa Limpando o Mundo no Ceará 2013, com o apoio da Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Marinhos (AQUASIS), Instituto Povo do Mar (IPOM) e a as lojas Greenish, tem como meta combater a prática de descarte irregular de lixo, promovendo ações que estimulem os cidadãos a desenvolverem consciência ambiental.

Atuando principalmente nas comunidades litorâneas de Fortaleza e Caucaia, os integrantes do movimento tentam sensibilizar turistas e população sobre as precárias condições em que ficam as praias, rios e mangues, incentivando-os a reciclar resíduos e a não desperdiçar materiais. Juaci Araújo é umas das pessoas responsáveis pelo programa e foi premiada pela revista Trip.

Limpando o Mundo no Ceará 2013
Limpando o Mundo no Ceará 2013. Foto: facebook

Mutirão de limpeza no litoral paranaense

Em dezembro de 2013, Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros do Paraná contaram com a ONG Parceiros do Mar e outras entidades para realizar limpezas nas cidades de Matinhos, Guaratuba e Pontal do Paraná. Com menos de seis horas de trabalho, foram recolhidos aproximadamente 600 sacos de lixo de 50 litros, e retirados detritos submersos, como âncoras e poitas, além de elementos poluidores e perigosos a banhistas e navegantes. A participação da organização não governamental no mutirão foi orquestrada por Silvia Turra Grechinski.

Guaratuba
Guaratuba. Foto: aen.pr

Ação de coleta de resíduos lançados à vegetação

O mutirão organizado por Petrus Lopes se reuniu para executar a limpeza da restinga da Praia da Costa, em Vila Velha, no Espírito Santo. O grupo contou com a presença de alunos e professores, retirou o lixo que cobria a vegetação e plantou várias mudas e instalou placas educativas para que as pessoas não voltassem a poluir o local.

Mutirão organizado por Petrus Lopes - limpeza da restinga da Praia da Costa, em Vila Velha, no Espírito Santo.
Foto: facebook

Recuperação de manguezais em Santos/SP

Espantado com a situação em que estavam os manguezais santistas, William Rodriguez Schepis convocou voluntários para despoluir as praias e, consequentemente, ajudar a conservar a natureza. Entretanto, para que suas ações pudessem ser efetivas, Schepis não poderia agir de maneira eventual, ou seja, era necessário estabelecer uma organização. Por isso, foi criado o Instituto Ecofaxina, que conta com equipes de pesquisa técnica e difusão de educação ambiental. Recentemente, o Instituto participou de um mutirão de limpeza na cidade de Santos, oportunidade na qual foram coletados 564 quilos de resíduos sólidos.

Manguezais em Santos
Foto: Reprodução/Instituto Ecofaxina