Flickr / Rafael Bonifaz O último exemplar da espécie Chelonoidis abingdonii, conhecida como tartaruga-das-galápagos-de-pinta, era batizada como George Solitário.

Tartarugas são seres extremamente delicados que podem viver até 150 anos. Por sua beleza e por serem consideradas iguarias culinárias durante muitos anos, esses animais foram presas fáceis de piratas e pescadores ilegais em ilhas como as de Galápagos. Originalmente existiam cerca de oito espécies de tartarugas distintas que viviam na ilha e, agora, cientistas acabam de descobrir que uma das espécies dada como extinta em 2012 pode voltar à vida em breve.

A tartaruga pode ser “resgatada” graças ao material genético que foi encontrado em exemplares “aparentados” em outras ilhas do arquipélago. O último exemplar da espécie Chelonoidis abingdonii, conhecida como tartaruga-das-galápagos-de-pinta, era batizada de George Solitário. Durante sua vida, cientistas tentaram promover o acasalamento de George, mas nenhuma tentativa vingou até que George também morresse.

Recentemente, ao pesquisarem algumas ilhas dentro do arquipélago, cientistas da Universidade Yale (EUA), junto com funcionários do Parque Nacional de Galápagos, encontram descendentes de George. Eles coletaram amostras de mais de 1.600 tartarugas que viviam na ilha Isabela. Dessas amostras, 17 apresentaram ter níveis elevados de DNA da espécie pinta. Os planos dos cientistas agora são isolar os animais com altos índices de DNA pinta e criar animais cada vez mais próximos geneticamente dos originais.

Em matéria publicada no The New York Times, Linda Cayot, conselheira científica do Parque Nacional de Galápagos, afirma que esse projeto contribui para restaurar ecossistemas perdidos. Outra descoberta importante na região foi uma nova espécie de tartaruga encontrada na ilha de Santa Cruz. Essa espécie provavelmente é fruto do raro acasalamento de tartarugas de espécies distintas e já é foco de pesquisas.

Essas ações e descobertas chegam como tentativas de reparar milhares de anos de abusos do homem contra esses animais. A ciência dá uma mãozinha para que a natureza possa restaurar as belas Chelonoidis abingdonii enquanto a natureza surpreende e se reinventa com mais um exemplar da espécie.